João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, faz referência ao estilo
de Graciliano Ramos efala sobre a função de seus textos.
Falo somente como o que falo: a linguagem enxuta, contato denso;
‘Com as mesmas vinte palavras girando ao redor do sol.’
Falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão;
‘Do seco e de suas paisagens.’
Falo somente por quem falo: o homem sertanejo, sobrevivendo na
adversidade e na míngua;
‘Por quem existe nesses climas condicionados pelo sol.’
Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a
situação de miséria do Nordeste.
'Quem padece sono de morto e precisa um despertador acre,como o sol
sobre o olho...'
Para o autor, no texto literário, a linguagem do texto deve refletir o
tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados
leitores.
Em um Estado democrático pode-se dizer o que se quer desde que assuma as
conseqüências. Quando um tema é escolhido têm-se liberdade para falar sobre
ele.
Em Falo Somente Como O Que Falo a linguagem do texto deve reflete o
tema, e a fala do autor denuncia o fato social para determinados leitores, onde
a arte literária reflete um fato social.
"Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso;
Falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; Falo somente
por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo
somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria
no Nordeste.”
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
(Recife PE 1920 - Rio de Janeiro RJ 1999)
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