sábado, 30 de março de 2013

Mario Quintana


TEMPO PERDIDO
Havia um tempo de cadeira na calçada. Era um tempo em que havia mais estrelas. Tempo em que as crianças brincavam sob a clarabóia da lua. E o cachorro da casa era um grande personagem. E também o relógio da parede! Ele não media o tempo simplesmente: ele meditava o tempo.

CRÔNICA
Ah, essas pequenas coisas, tão quotidianas, tão prosaicas às vezes, de que se compõe meticulosamente a tessitura de um poema...talvez a poesia não passe de um gênero de crônica, apenas uma espécie de crônica da eternidade.

FRUSTRAÇÃO
Outono: essas folhas que tombam na água parada dos tanques e não podem sair viajando pelas correntezas do mundo.

 Mario Quintana

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